quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Primeira República

Pequeno mas interessado auditório na Biblioteca-Museu República e Resistência da Câmara Municipal de Lisboa para ouvir falar, ontem ao fim da tarde, do funcionamento da nossa República, entre 1910 e 1926.  O sistema baseado na supremacia parlamentar revelou, logo nos seus primeiros quatro anos de vigência, tensões, bloqueios e quebras de legitimidade, de que não podem ser responsabilizados apenas factores externos e conjunturais. O facto de a Constituinte ter procedido, depois de aprovada a Constituição, à designação dos órgãos nela previstos, sem recurso a nova eleições teve consequencias preversas. Os primeiros governos constitucionais não resultaram de um parlamento formado atravás de eleições expressamente convocadas para esse efeito. Não foram responsabilizados por uma maioria nem por um presidente em consonância com ela. O único grupo parlamentar dotado de alguma consistência e disciplina era minoritário. Os governos dispuseram de apoios parlamentares variáveis, o mesmo é dizer que se viveu desde o princípio instabilidade governativa. Os partidos que se constituiram em 1912 e partilharam pastas governativas não tinham passado pelo crivo das urnas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito obrigada por me trazer notícias do que de interessante e IMPORTANTE se vai falando...
Mais uma vez a questão do ("ao ou ou, prefiro o e").
Tudo o que é imposição não gera bom acolhimento; ao contrário, traz instabilidade e convulsão social.
De qualquer modo, tudo tem o seu caminho e a República ainda era uma "criança".