sábado, 27 de novembro de 2010

À janela de Sir Alfred Munnings (1878-1959)

Alfred Munnings, From my bedroom window, 1930

1 comentário:

Cláudia disse...

Neve do Outono

Aonde irão sem companhia?
Em que a noite fria,
Aspiram, outros desencantos.
Estes monumentos...
Vendem o chão seu manto.

Qual o entardecer dos prantos?
Não mais belo que inválido,
Enquanto falácias de saudade,
Menores que as derrotas,
Desfazem a cada amanhecer.

Houveram santos combates,
E, quantas profecias!
Nada ao que dizias,
Ao desatar humano,
Escapam sem suscitar.

Tantas em agonias do mar,
E, quantas fraquezas arredias...
Gemendo, carnais melodias,
Isolam Belém, estrela guia e,
Não mais conseguem afagar.

Sem sorte, flertam com mortes,
De filhos queridos.
Quantos extraviados, perdidos,
Apenas Dom Sebastião, ungido,
Espera um dia retornar.

Flora virtude primeira,
Infinito pensar, paineiras,
Viceja missal em orações.
Divino conforto, minguar,
Outonos nevados, sem nevar.

De vós como queira,
Velai verossímeis rotas.
Preces poucas, tantas bocas,
Etos de ventanias alimentam.
Desejam que estrela, afagar?

Para quinhões ou posses,
Sentenças não são alegorias.
Atrever-se é encontrar,
E, encontrar-se, é alcançar.
Em que as noites frias...