quinta-feira, 17 de março de 2011

À janela de Charles Demuth

Charles Demuth, The Primrose, 1916.

1 comentário:

Cláudia disse...

Cathe ad

Crispando, permanente semblante,
Viajam aguçadas falenas,
Eternas lyras cantantes,
De tantos seixos Helenas.

São naves, são naves!

Flamejantes estrelas cidades,
Abrem-se, férteis horizontes,
Retratam quantas idades,
Descrevem, cavaleiros aos montes.

Candeias que respiram este fogo,
Ardis de milenares oliveiras,
Meditam revezes do rogo,
Caminhantes, nuvens das eiras.

E, todo raio que desce
Encontra no solo a paz,
Em pedras sagradas da prece,
Saberes de um vórtice capaz.

São aves, são aves!

Fora este solstício criança,
Outrora, canções da Cathedral,
Porta heráldica da esperança,
Que teu seio amamenta, Oh Portugal!