quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Registo

Conferência de Imprensa


Com a apresentação hoje do programa/agenda da Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura, entramos no ciclo do fazer acontecer.
Para trás ficam os ciclos da programação e planeamento e da montagem de um estrutura de produção. Mais atrás ainda fica o ciclo da preparação da candidatura que decorreu entre 2006 e 2009.
A sucessão de ciclos não foi conduzidas pelas mesmas instituições nem teve sempre os mesmo protagonistas e interlocutores. Mas é justo reconhecer que o fio condutor foi encontrado e assegurado pela cidade e pela Câmara que soube estimular, apoiar, reflectir, discutir, elaborar propostas a respeito da orientação estratégica da Capital Europeia da Cultura.
Ao devolver o programa à cidade, o que podemos hoje garantir?
Em primeiro lugar que o programa é coerente. Coerente com os pressupostos e compromissos desenhados pela candidatura: capacitação dos recursos endógenos; requalificação da cultura urbana; abertura de espaço para a economia criativa.
Estamos convictos de que todos estes objectivos estão contemplados no programa que vos apresentamos. Coerente também com a leitura que fazemos da situação europeia e do papel que as redes de cidades de pequeno e médio porte podem desempenhar. O programa fez, a este respeito, uma opção clara: reforçar a rede de equipamentos culturais, a experiência de programação, a capacidade de atracção de talento, a disponibilidade de centros de formação e de produção artística.
É um programa todo ele elaborado em articulação com as estruturas de produção e exibição da cidade, implicando o movimento associativo e assente em praticas de residência e criação em contexto. É um programa de revalorização da oferta cultural, elaborado a partir de agencias de intermediação e circulação, mas assente na colaboração e na cooperação. Este programa assim delineado, com projectos amadurecidos em processos bottom up, é o que, no nosso entender, melhor serve a cidade de Guimarães e atrevemos-nos a pensar também as cidades como Guimarães.
Esta Capital Europeia da Cultura não tem equivalente. Adopta um conjunto de novas agendas: A agenda educativa reconhece que as sociedades actuais em mutação e em rede são exigem não apenas a presença continua da educação ao longo da vida como um transito permanente entre formação e trabalho, entre aprendizagem e actividade técnica, entre educação e cidadania.
A agenda educativa permite reforçar competências formais e informais, tanto na escola como em sectores desmunidos culturalmente, tanto nos níveis básico como superior da educação formal.
A agenda da criação artística que dá prioridade à curadoria sobre o colecção, ao cruzamento interdisciplinar, ao processo e ao contexto criativos em detrimento do autor, que se ocupa mais de audiências que de públicos, que põe em equação as novas linguagens, que se ocupa de como fazer onde fazer.
A agenda da economia criativa, que liga pessoas, lugares e empresas , que suscita e acompanha as ideias com valor económico, que actua não apenas em novos sectores mas também em sectores tradicionais, como o artesanato, que melhora a atractividade e competitividade do território em matéria de turismo cultural.
Guimarães será, depois deste programa, uma das cidades mais bem preparadas para compreender os desafios futuros na área da cultura e actuar sobre eles.

João Serra

Sem comentários: