terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Voltar aos Patudos. Pedro Passos Canavarro

Um dia de intervalo na sucessão trepidante de Guimarães, para voltar aos Patudos, onde decorre a 3ª Jornada de Trabalho sobre Casas-Museu dedicada ao tema da programação museológica. Oportunidade para rever amigos, ouvir falar dos museus e do amor ao património e testemunhar o esforço, a dedicação e o saber postos em movimento na região para defender e valorizar a memória e o legado dos protagonistas extraordinários que ali nasceram ou foram acolhidos. O Ribatejo pode ser evocado como o laboratório social do Portugal Contemporâneo. Emergiu no século XIX como primeira área do capitalismo agrário português, terra das novas elites politicas liberais e mais tarde republicanas, de Passos Manuel a Brancamp Freire, de Herculano a José Relvas, por onde passa o romantismo e o naturalismo, de Almeida Garrett a Carlos Relvas. Foi dessa paisagem habitada pela fundação do nosso tempo que nos falou, a fechar o dia, Pedro Passos Canavarro.

Com a fina ironia de homem do mundo, a terna humildade de herdeiro de um grande património simbólico, historiador e pedagogo, gestor e intelectual, Canavarro fez-nos cúmplices do seu sonho de partilhar a casa de família e as suas memórias com os públicos dos museus. A sua narrativa desdobra-se em vários planos: o pessoal, do homem que projectou o conhecimento da história e da cultura portuguesas na Europa e no Oriente, o do patrimonialista legatário da casa de Passos Manuel, do militante de causas cidadãs que quer ver a democracia revigorada pela cultura, em que acredita.
Site da Casa-Museu Passos Canavarro aqui.

Obrigado, Pedro Canavarro, meu antigo professor na Faculdade de Letras de Lisboa.



[Fotos de Nicolau Borges]



1 comentário:

Cláudia S. Tomazi disse...

A menor distância entre duas pessoas é o conhecimento.