domingo, 4 de março de 2012

A Morte de Danton

Karl Georg Büchner tinha 21 anos, em 1835, quando escreveu A Morte de Danton, um libelo contra Robespierre, o moralista gélido, o "incorruptível" que elevou o terror a virtude da republica.
Danton foi executado às ordens de Robespierre, aos 35 anos, em 1794. Tal como Danton previra, o destino de Robespierre seguiu o seu, com um breve intervalo de 3 meses.
Jorge Silva Melo devolveu aos nossos dias essa reflexão fragmentada de um jovem libertário sobre a impossibilidade da revolução. O encenador resistiu a reduzir A Morte de Danton a uma narrativa sobre os conflitos de poder.
Escreveu Georg Büchner à sua namorada:
"Estudei a história da Revolução. Senti- me como que esmagado sob o horrível fatalismo da história. O indivíduo não passa de espuma da vaga, a grandeza é mero acaso, o reino do génio um espectáculo de marionetas, uma luta ridícula contra uma lei de bronze; só podemos reconhecê-la, não a conseguimos ultrapassar... Que há em nós que mente, mata, rouba?"
Cit por Fernand Mossé (coord.), Histoire de la Littérature Allemande. Paris, Éditions Montaigne, 1970. P. 679.

1 comentário:

Cláudia S. Tomazi disse...

“Andar com história fora desassossego, se por luz teu agrado”.



Platão compara a raça humana a carros alados. Tudo o que fazemos de bom, dá forças às nossas asas. Tudo o que fazemos de errado, tira força das nossas asas. Ao longo do tempo fizemos tantas coisas erradas que nossas asas perderam as forças e, sem elas para nos sustentarmos, caímos no Mundo Sensível, onde vivemos até hoje. A partir deste momento, fomos condenados a vermos apenas as sombras do Mundo das Ideias.