quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Registo (Maribor, Eslovénia)

Senhores Presidentes da Camara de Maribor e Guimarães
Senhora Directora Geral de Maribor 2013 Capital Europeia da Cultura

Quero em primeiro lugar, em meu nome e dos restantes membros da delegação de Guimarães 2012, agradecer-vos a hospitalidade com que temos sido recebidos em Maribor, o cuidado e carinho posto na preparação desta visita.
Celebramos neste momento o intercâmbio cultural entre duas cidades e entre dois projectos europeus a que as nossas cidades deram corpo neste ano de 2012.
Tenho consciência de que a distancia física entre os nossos países e condicionantes decorrentes de restrições financeiras impediram que levássemos mais longe a ambição dos responsáveis das duas capitais no aprofundamento das relações artísticas e culturais.
Ainda assim, em praticamente todos as áreas de programação houve projectos desenvolvidos de um lado e do outro, com a participação de um e do outro, tendo como destinatários recíprocos Maribor e Guimarães. Alguns deles serão mostrados agora, outros tiveram lugar anteriormente.
Demos pois, de acordo com o propósito do programa europeu que nos juntou, um contributo relevante para o conhecimento mutuo, para o trabalho conjunto, para a troca artística, para fazer da cultura um traço de união entre as nossas cidades e os nossos povos.
Esse contributo não pode deixar de ter um impacto positivo no futuro, no futuro a curto prazo. Ganhamos uma experiência aos mais diversos níveis que importa valorizar e, desejavelmente, repercutir em novo trabalho conjunto.
Salientaria, se me permitem, três áreas a que poderíamos dar prioridade nessa intenção de partilha de experiências e projectos.
Em primeiro lugar o reforço do papel da cultura enquanto sistema urbano. As nossas capitais não se limitaram a equacionar o papel das instituições políticas que tradicionalmente se ocupam da cultura. Implicaram no processo instituições publicas e privadas, centrais, locais e regionais, de base associativa e estatal. Puseram de pé uma rede mais ampla e mais densa e mais internacionalizada de organizações culturais. Estimularam a procura e a oferta artística e cultura, criaram estruturas de apresentação e de criação, deixam um legado que trouxe ao marcado cultural novos produtos e novos actores. Trouxe a cultura ao debate da questão económica e da questão educativa.
Em segundo lugar, o tema da gestão cultural. Não ha sistema sem gestão e durante muito tempo a gestão foi tratada de forma amadorística, casuística ou desligada do debate sobre o território e os vectores da política publica cultural. Importa que a experiência das nossas capitais se repercuta em novos modelos e novas exigências na formação de gestores culturais, desde o exercício da programação cultural paravas cidades até à captação e aplicação de recursos financeiros.
Em terceiro lugar, a relação as instituições europeias. Se a União Europeia não dispôs até hoje de uma política cultural propriamente dita, a experiência da capitais europeias da cultura tem suprido de certa forma essa ausência. Sabemos da intenção da Comissão Europeia em avançar com um quadro de estimulo à criatividade. Creio que as experiências de Guimarães e Maribor serão relevantes para este tema e desde já.
Estamos pois apostados em aprofundar com os responsáveis de Maribor 2012 estes e outros temas, e é essa mensagem de continuidade e trabalho conjunto que aqui queria deixar.
Esperamos que seja possível concretizar esta intenção e desde já nos colocamos à vossa disposição para, encerradas formalmente as nossas capitais, encarar a possibilidade de iniciar o debate das questões comuns nos dias seguintes.

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